sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Acólitos, a juventude a serviço!

Fico feliz ao ver jovens rapazes cuidando das coisas sacrossantas. Sei a aversão que grande parte da juventude masculina tem à Igreja. As piadinhas nos círculos de amizade não deixam de ser maldosas e desestimulantes. Às vezes ao dizermos que vamos a missa, nossos amigos riem em nossa cara. Dizem que isto é coisas para velhas e mariquinhas...
Vocês são jovens de coragem. Não temem sustentar o santo crucifixo, com Deus Homem pendente, angustiante e maltratado. Não pensam duas vezes antes de incensar o caminho pelo qual o Senhor passará, fazendo o perfume levado pela fumaça uma oblação a Deus, em nome de todos os fiéis. Não se acanham de subir o altar, levar a bacia para o sacerdote lavar suas mãos e se purificar. Não sentem vergonha de serem olhados por todos na Igreja, sabendo que ao menor deslize todos poderão rir.
Parabéns! O acolitato é um chamado vocacional. Hoje, quantos jovens Deus tem chamado, mas estes têm se feitos de surdos? Não é vergonhoso servir aquele que doou até a última gota de seu sangue por nós.
Não consigo resistir a uma procissão com velas, acólitos e sacerdotes de batina. O Espírito Santo enche meu ser e neste instante tenho certeza, que nem as trevas do inferno poderão sucumbir esta Igreja de dois mil anos. Tenho convicção que Cristo está feliz com o culto honroso que lhe é prestado.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo na vida da juventude!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

O Matrimônio no século XXI

Há quase dois milênios Jesus instituiu a indissolubilidade matrimonial. Uma vez, marido e mulher, unidos pela benção sacerdotal, deverão permanecer JUNTOS até que a morte os separe. Na teoria, porque na prática as coisas são bem diferentes.
Nos séculos anteriores o divórcio era algo raro. Claro que muitas mulheres sofriam com o adultério de seus maridos, eram violentadas, mas viam nisso um exercício da paciência e um momento de orar pela conversão desses homens, como é o caso de Santa Rita.
Atualmente o número de casamentos civis tem aumentado gradativamente, enquanto as igrejas, raras vezes tem a oportunidade de unirem um casal trimestralmente.
O casamento civil serve para garantir o direito de ambas as partes consortes, mas não efetiva a benção de Deus, quanto dirá o cita, o que é inconstitucionalmente inaceitável. São frutos podres da democracia. Não sou anti casamento civil (uma das muitas criações humanas), para mim ele não tem nenhuma validade.
O casamento na Igreja simboliza a união de dois filhos de Deus, para juntos, lado a lado, na alegria, na tristeza, formarem um família cristã. Através da benção do padre ou diácono, a Trindade também os abençoa. Este é o verdadeiro matrimônio instituído por Deus e apoiado por Cristo. O qual nenhum divórcio ou capricho pode dissolver.
O matrimônio na Igreja Católica Apostólica Romana é indissolúvel, ou seja, jamais poderá ser suprido ou cassado. A casos a parte, é claro, mas são poucos, como por exemplo o fato de um dos consortes ser homossexual e seu cônjuge o descobrir após a união (o que deverá ser comprovado e analisado pelo Vaticano).

Dos sete sacramentos talvez o Matrimônio seja um dos mais desvalorizados e desusados. As pessoas preferem casar-se no civil (o que permite trocentas uniões), a se casarem na Igreja, cuja cerimônia só poderá repetir-se após a morte do consorte.
Frases como “Vamos nos casar. Se não der certo a gente se separa” são uns dos argumentos pré nupciais mais ditos e defendidos para um casamento civil. Nesse caso o matrimônio torna-se uma tentativa, que por sinal já dá os primeiros passos ao fracasso.

Existem igrejas ditas evangélicas, (porque toda igreja que segue o Evangelho de Jesus Cristo é evangélica) que admitem o divórcio e casam seus fiéis quantas vezes desejam. Mas isso é lá com eles, porém só uma coisinha: depois somos nós católicos que não seguimos a Bíblia, né? Alguém se habilita a me responder essa perguntinha?
Minha avozinha ficou casada com meu avô por 58 anos. Imaginem! Admiro as pessoas mais velhas pela determinação e plena vivência matrimonial. Eles com certeza não encararam a cerimônia de casamento um espetáculo, uma peça teatral. Por que o ser humano não regride para retomar coisas boas?Hoje em dia existem sim casais que são verdadeiros exemplos de vida
matrimonial, mas convenhamos são pouquíssimos. É maravilhoso ver pais, mães e filhos diante do altar, nesse momento sabemos que eles conseguiram educar seus filhos como Deus o quer.

Se os pais educassem seus filhos na fé, como deveriam, não teríamos tantos católicos abandonando as igrejas.
E você o que pensa do Matrimônio?

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O padre e a batina


A batina recorda aos homens que sois discípulos de Jesus Cristo e é um sinal de que existe algo que ultrapassa a realidade dos homens: a fé, as realidades sobrenaturais. Sim, a batina fala e prega: diante dela os homens reagem, talvez mal, mas são com frequência afetados positivamente. Vemos uma batina e vemos um sacerdote. Hoje, esta imagem já não faz parte da realidade, salvo entre os tradicionalistas e na publicidade, precisamente porque sabem que, na alma dos cristãos, o sacerdote é o sacerdote de batina. E quando se pensa no sacerdote, pensa-se noutro Jesus, num homem que não é como os outros homens, que está separado do mundo. O preto da batina é o preto do luto, da morte ao mundo, da renúncia a ele. A batina é já um sacrifício, não pelo prazer do sacrifício como fim em si mesmo, como um estóico ou um masoquista, mas para se pôr à disposição das almas. E se essa batina se comporta bem, é uma verdadeira chama; se se comporta mal, é imediatamente um escândalo que produz um imenso mal”.
(Sermão de D. Fellay por ocasião da imposição da batina a 13 novos seminaristas em França)

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Não acredito em barbeiros (autor desconhecido)

Um homem foi ao barbeiro. E enquanto tinha seus cabelos cortados conversava com ele. Falava da vida e de Deus. Dai a pouco, o barbeiro incrédulo não aguentou e falou:
- Deixa disso, meu caro, Deus não existe!
- Por quê?
- Ora, se Deus existisse não haveria tantos miseráveis, passando fome! Olhe em volta e veja quanta tristeza. É só andar pelas ruas e enxergar!
- Bem, esta é a sua maneira de pensar, não é?
- Sim, claro!
O freguês pagou o corte e foi saindo, quando avistou um maltrapilho imundo, com longos e feios cabelos, barba desgrenhada, suja, abaixo do pescoço. Não aguentou, deu meia volta e interpelou o barbeiro:
- Sabe de uma coisa? Não acredito em barbeiros!
- Como?
- Não acredito. Pois se existissem barbeiros, não haveria pessoas de cabelos e barbas compridas!
- Ora, eles estão assim porque querem. Se desejassem mudar, viriam até mim!
Ao que o homem respondeu:
- Entendeu agora?

Flor Rara

Havia uma jovem muito rica, que tinha tudo: um marido maravilhoso, filhos perfeitos, um emprego que lhe pagava muitíssimo bem, uma família unida.
O estranho é que ela não conseguia conciliar tudo isso, o trabalho e os afazeres lhe ocupavam todo o tempo e a sua vida estava deficitária em algumas áreas.
Se o trabalho lhe consumia muito tempo, ela tirava dos filhos,se surgiam problemas, ela deixava de lado o marido... E assim, as pessoas que ela amava eram sempre deixadas para depois.
Até que um dia, seu pai, um homem muito sábio, lhe deu um presente: uma flor muito cara e raríssima,  da qual havia um apenas exemplar em todo o mundo.
E disse à ela: - Filha, esta flor vai te ajudar muito mais do que você imagina! Você terá apenas que regá-la e podá-la de vez em quando, ás vezes  conversar um pouquinho com ela, e ela te dará em  troca esse perfume maravilhoso e essas lindas flores.
A jovem ficou muito emocionada, afinal a flor era  de uma beleza sem igual. Mas o tempo foi passando, os problemas surgiam, o trabalho consumia todo o seu tempo, e a sua vida, que continuava confusa, não lhe permitia cuidar da flor.
Ela chegava em casa,olhava a flor e as flores ainda  estavam, lá, não mostravam sinal de fraqueza ou morte, apenas estavam lá, lindas, perfumadas. Então ela passava direto. Até que um dia, sem mais nem menos, a flor morreu.
Ela chegou em casa e levou um susto!
Estava completamente morta, suas raízes estavam ressecadas, suas flores caídas e suas folhas amarelas.
A jovem chorou muito, e contou a seu pai o que havia acontecido. Seu pai então respondeu: - Eu já imaginava que isso aconteceria, e eu não posso te  dar outra flor,porque não existe outra igual a essa, ela era única, assim como seus filhos, seu marido e sua família. Todos são bênçãos que o Senhor te deu, mas você tem que aprender a regá-los, podá-los e dar  atenção a eles, pois assim como a flor, os sentimentos  também morrem. Você se acostumou a ver a flor sempre  lá, sempre florida, sempre perfumada, e se esqueceu  de cuidar dela. Cuide das pessoas que você ama! 

Meus amigos

Existem pessoas que são capazes de nos fazer felizes com um simples sorriso: Dani, Fernanda, Bruna e tantos outros. Existem pessoas com as quais as conversas tornam-se deliciosas, como um achocolatado em dias frios: professora Viviane, Magda, Ana das Graças, Michele. Aqueles que estão sempre ao nosso lado para nos estender a mão quando necessário: Letícia, Ana Cláudia, Lorrany, Fernanda. Enfim existem amigos para todas as dores e ocasiões.
Amo muito meus amigos. Considero-os parte de minha vida. Apego-me muito facilmente as pessoas, o que às vezes chega a me fazer mal.
Agradeço-os por me suportarem, entenderem minhas fraquezas, conviverem com esse Lucas Pedro obsoleto, sistemático, arcaico, ansioso, chato, metódico e irritante em dias tensos.
Um abraço fraterno. Nossa Senhora Auxiliadora os abençoe!

Remédio para a catequese

Nestes três anos de catequista tenho observado o quanto a catequese católica está ineficiente. Os livros que temos em mãos são de dez e até vinte anos atrás, não recebemos apoio de quase ninguém de nossas paróquias (inclusive dos párocos), temos que saber vencer o tédio e a mesmice usando os recursos disponíveis (que em nossa comunidade não passam de um quadro velho, algumas carteiras caindo os pedaços e um salão comunitário, inadequado para uma sala de encontros, repleto de poeira) e a constante falta de responsabilidade dos catequizandos, que às vezes são meros turistas.
A catequese às vezes torna-se um fastio. Fica-nos difícil passar um filme à turma, para de uma forma dinâmica doutriná-los, pois não contamos com TV e DVD. Contamos apenas com os inseparáveis: lousa, giz, livro (para o catequista, deixo bem claro), caderno, lápis e borracha. Em nossos Recursos Utilizados dos Planos de Aula, usamos apenas clichês. Sempre a mesma coisa.
Se os padres e até mesmo os bispos não abrirem os olhos a tempo, verão brevemente a Igreja mergulhar na ignorância. Cada vez mais, nós catequistas, estamos desmotivados e com baixa autoestima. Tornar-se catequista é um desafio a ser aceito. Não é á toa que caem os números dos candidatos ao serviço missionário.
Nem sempre o que ganhamos dos padres são apoio e elogios, muitos nos culpam por os catequizandos não estarem completamente doutrinados, mal saberem rezar o Credo.
A doutrinação não é fácil em nenhum ângulo. Temos que lidar com crianças de diferentes costumes, famílias e meios sociais. Nem sempre o que ensinamos nos encontros semanais é levado satisfatoriamente para casa. Muitos pais nem se interessam por perguntar a seus filhos o que aprenderam nesse ou naquele encontro. Sem contar que não passamos por nenhum curso de didática catequética ou aprofundamento doutrinal. Ensinamos muitas das vezes aquilo que aprendemos com nossos catequistas.
Luto contra a ineficácia catequética, pois sei que as crianças e os jovens que passam por minhas mãos, com o auxílio de Deus, são o futuro de nossa Igreja. Se formarmos bem nossas crianças católicas, consequentemente não teremos tantas imigrações às igrejas protestantes, inclusive o ateísmo. Precisamos, queridos catequistas, com os recursos que temos, formarmos sólidas bases na concepção cristã dessas crianças. Mesmo que às vezes estejamos esquecidos, precisamos anunciar o evangelho.
Tenho a resposta do questionamento feito por tantos católicos: “Por que o número de fiéis da Igreja decresce?” Porque não estamos formando nossas crianças e jovens devidamente.
Conheço ótimos catequistas, que executam fielmente o dever que lhes compete, mas também conheço catequistas que deixam a desejar. Não tem como deixar que um jovem crisme sem saber o conceito da Igreja nos tempos primitivos, os principais ensinamentos de Cristo, o culto católico subdividido em Dulia, Latria e Hiperdulia e as bases do Catecismo. Isso é algo inaceitável. A mesma coisa de um aluno sair do Ensino Médio sem ter noção de Gramática.
A culpa também é nossa, que cumulados do comodismo, não procuramos atualizar nosso conhecimento.
Os nossos encontros, aqui em nossa comunidade, seguem esse cronograma:
1º Acolhida: iniciar o encontro com uma mensagem de reflexão é muito bom, assim os catequizandos param para fazer uma revisão de seus atos.
2º Exposição do tema: uso esse espaço para saber qual a concepção que eles têm do tema do encontro, sabendo assim em quais pontos terei mais dificuldade para instigar-lhes o pensamento opinativo e a visão cristã, doutrinal e dogmática da Igreja.
3º Desenrolar: exponho o tema, explicando e sanando dúvidas. Geralmente faço uma resenha com os principais pontos do encontro.
4º Atividades: aplico atividades para saber o que os catequizandos assimilaram e no que ainda têm dúvidas. É importante aplicar atividades que agucem o senso critico e opinativo, valorizando a pessoalidade de cada um. Por isso não opto por questões que me deem respostas prontas e previamente formuladas. Com questionários formamos apenas máquinas, que armazenam dados e arquivos.
5º Oração Final: é imprescindível terminar o encontro com um momento orante. É bom também para sabermos quais orações os catequizandos já aprenderam.
Desenvolvo muitos projetos, o que salvam nossos encontros, entre eles: Rosas para o meu Senhor, Nossos irmãos na fé, Interpretando a Bíblia e Cartas Apostólicas (prometo que depois os postarei).
 Rezo a Deus para que no Sínodo da Arquidiocese de Goiânia, olhem com carinho para a catequese, que solta seus últimos suspiros.
Que São Pio X, padroeiro dos catequistas, de nossa classe, nos abençoe! Amém!

Lucas Pedro do Nascimento


Bons padres enchem igrejas, maus padres esvaziam-nas

Quero abrir um parêntese neste blog para homenagear uma pessoa da qual gosto muito, Padre Robson de Oliveira Pereira, CSsR., reitor do Santuário Basílica do Divino Pai Eterno, Trindade, Goiás. Pouquíssimos sacerdotes conseguem tocar os fiéis tão profundamente em uma homilia. Diria que é um novo São João Crisóstomo, o novo “Boca de Ouro”. Sua oratória é deslumbrante, tocante e mergulhada no amor de Jesus. Seus exemplos são edificantes e plausíveis. Com certeza é o padre mais famoso e querido do estado, mas nem por isso abandonou a sotaina, o hábito de sua maravilhosa congregação, não deixou de tratar os fiéis com amor, atenção e carinho como sempre fez. Você precisa participar da Festa do Divino Pai Eterno, no primeiro domingo de julho. A concorrência para pegar na mão do padre Robson (ou até mesmo tocar sua veste sacerdotal) é enorme. Todos querem sua benção ou ao menos um olhar seu. E ele em sua calma, humildade, atende cada um conforme pode. Não há homilia mais esperada. Ao pegar o microfone todos se calam. Muitos choram. Não é á toa que a cada dia o número de romeiros à Trindade cresce, muitas pessoas saem de casa para ver o Pai Eterno, mas também para ouvir uma palavra de conforto e carinho dos lábios santos e abençoados do Padre Robson. Agradeço ao Divino Pai Eterno por ainda termos sacerdotes abençoados, como este redentorista. Padre Robson vive desmedidamente o carisma de Santo Afonso Maria de Ligório.
Enquanto isso em muitas de nossas igrejas o número de fiéis decrescem. Não é indevido. Bons padres atraem muitos fiéis, maus padres afastam os que a comunidade já tem. Temos padres ranzinzas sem um mínimo de amor evangélico, doçura e humildade. Queria que o bispo, Sua Reverendíssima Dom Washington Cruz, olhasse com carinho para nossas comunidades e para o serviço pastoral de muitos sacerdotes.
Alguns padres tratam-nos como simples números, importantes para que cumpram o serviço que lhes compete. Se um médico não gostar do que faz, não enxergar seu paciente como um ser humano e não um número rentável ao seu orçamento, não conseguirá curar ninguém, nem a si mesmo. Se nós professores não enxergamos que o Brasil é construído através de nossas mãos, mesmo que o governo e a sociedade nem sempre nos apóie, se não trabalharmos por amor e não por dinheiro, jamais seremos capazes de formarmos crianças capazes e atuantes no processo democrático da nação. Da mesma forma são os sacerdotes. Ser padre requer entrega total da vida, doação a comunidade e a Igreja. Se um jovem entrar no seminário fugindo de um conflito social, familiar ou por falta de opção, consequentemente será um péssimo sacerdote, tais quais temos visto.

A liturgia pela qual sou apaixonado tem sido desprezada por alguns desses homens. Sou vocacionado, amo os turíbulos, as vestes sacerdotais, o cíngulo, a sotaina, a casula, o pluvial e tudo que remete a liturgia. Não sou tradicionalista, nunca participei da Missa de São Pio V, mas tenho muitas práticas atadas a Antiga Tradição. O Concílio Vaticano II estragou muitos sacerdotes. Sacrilégios são cometidos por toda parte. É inaceitável um padre passar em frente ao Santíssimo sem fazer a genuflexão. Fica difícil reconhecer um sacerdote na rua. Admiro a Congregação do Santíssimo Redentor por continuar adotando a sotaina, símbolo da entrega total e desmedida a Jesus. Ainda não me decidi quanto a qual congregação entrar, porém já tenho em mente os redentoristas, diocesanos e agostinianos.

Não quero jogar pedras em ninguém, quero sim, que nossa Igreja torne-se a esposa gloriosa do Cristo como nos tempos dos grandes santos mártires.
Alguém tem a resposta do motivo pelo qual alguns padres descriminam as freiras? São elas as melhores catequistas. Estão sempre próximas ao povo. Zeladoras convictas da liturgia. Entretanto muitos sacerdotes proíbem-nas até mesmo de visitarem as comunidades. O carisma evangélico tem sido deixado de lado em muitas comunidades. É metafórico pregar uma coisa no púlpito e na prática fazer outra completamente diferente.

Graças a Deus temos em nossa paróquia as Filhas de Nossa Senhora da Providência. Irmã Waldecy, sempre próxima e amiga tem nos ajudado muito, apesar de estar sobrecarregada de afazeres. Sua missão de fabricar hóstias, apesar de santa, não é nada fácil. Sentimos falta da Irmã Elisa e da Irmã Cleusa, que por motivos particulares mudaram-se para Goiânia. Compreendemos que o melhor para elas, também será o melhor para Deus.
Nossas igrejas estão se esvaziando devido a didática pastoral chula de alguns sacerdotes (uso o pronome indefinido “alguns”, porque seu que não são todos os sacerdotes. Graças a Deus!). Nas igrejas protestantes os pastores tratam seus fiéis da melhor maneira possível. Estão sempre próximos, com uma palavra amiga. Já em nossas igrejas às vezes o padre ao término da missa corre dos fiéis, principalmente das senhoras idosas.
Também precisam olhar com carinho para homilia. Através da homilia o padre, como nós catequistas, doutrina muitos fiéis. É o momento exato de como Moisés ser a boca de Deus na terra. Às vezes as pessoas vão à missa querendo ouvir uma palavra de conforto, mas o que encontram é um sacerdote falando por falar, misturando evangelho, política e histórias pessoais. O catolicismo está na UTI em muitas comunidades.
Graças a Deus que existem ótimos padres. É como sempre digo: em toda classe há bons e péssimos seres humanos. A Igreja não poderia ficar a parte.

Pax Domini vobiscum!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Santa Rita de Cássia, modelo de paciência

Santa Rita de Cássia é invocada como a santa das causas impossíveis. Admira-me a vida que esta mulher levou. Nascida em 22 de maio de 1385, no povoado de Rocca Porena, na região de Cássia, província da Úmbria, Itália, filha de Antônio Mancini e Amata Serri, um modesto e piedoso casal cristão.
A mãe concebeu-a com 62 anos. Sua vida foi repleta de milagres desde o nascimento. Dizem que um anjo revelou o nome com o qual deveria ser batizada. Os pais como trabalhavam na roça levavam-na consigo. Certo dia colocaram-na num cestinho de vime, depositando-o debaixo de uma árvore foram cumprir o dever que lhes competia. Um enxame de abelhas aproximou-se da criança e depositava mel em seus lábios sem ferroá-la. Um lavrador por ali passado com um grande talho na mão direita, ocasionado por uma foice, ia procurar socorro quando viu o que se passava. Estupefato procurou espantar o enxame com suas próprias mãos, para assim salvar aquele ser indefeso. Então se deu o milagre: sua mão miraculosamente ficou curada. Dizem que as mesmas abelhas acompanharam Santa Rita ao mosteiro de Cássia e lá edificaram moradia.
Aos oito anos Santa Rita consagrou-se a Deus. Decidida a tornar-se freira mortificava-se e derramava-se em comiseração frente ao crucifixo. Porém aos dezesseis anos os pais deram-lhe a notícia de que ansiavam casá-la. De joelhos e com lágrimas nos olhos suplicou que a deixassem tornar-se religiosa. Não conseguiu demovê-los de seu amor natural. Não que não a amassem, o cuidado de pais falaram mais alto. Rita como coração estraçalhado sujeitou-se a vontade paterna. Em uma palavra resume-se o que fez de tão importante: obediência. Quem dera se nossos jovens também fossem obedientes a seus pais como Santa Rita! Quantas mortes não seriam evitadas!
Paulo Fernando marido de Santa Rita é descrito como um homem perverso e feroz. Quanto não sofreu nesses dezoito anos de casada? Santa Rita é o exemplo de uma mulher que sofreu violência doméstica, mas nunca, jamais desistiu de viver. Quanta santidade!
Após muitos anos de orações o marido se converteu, mudando radicalmente de vida, assumiu o papel de marido amável e cristão, porém como havia feito muitos inimigos durante sua vida depravada acabo sendo assassinado. Santa Rita sofreu terrivelmente com a morte do esposo, porém sofreu mais ainda quando percebeu que os filhos João Tiago e Paulo Maria desejavam vingar a morte paterna. De joelhos pediu a Jesus Crucificado que levasse seus filhos se fosse humanamente impossível privá-los daquele crime. Os dois acabaram falecendo.
Sozinha no mundo (entre aspas, pois Deus sempre esteve ao seu lado) decidiu realizar seu grande sonho: ser freira. Procurou o mosteiro de Cássia três vezes e três vezes lhe foi negado o ingresso na casa. Colocou sua confiança em Deus. Certa noite teve uma espécie de visão de Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista chamando-a e acabou acordando dentro do mosteiro, inacessível a quem não tivesse a chave do portão. As irmãs quando a viram ficaram estupefatas e após a narração do fato, consideraram-no um milagre e admitiram-na na casa.
Santa Rita recebeu uma ferida na testa que a acompanhou durante toda a vida. Dizem que recebeu-a após diante do crucifixo adorar Jesus, que deu-lhe um espinho de sua coroa.
A morte de Rita foi acompanhada de muitos milagres. A cela onde ela faleceu, apareceu uma luz de grande esplendor e um perfume especial se fez sentir em todo o mosteiro, e a ferida do espinho, antes de aspecto repugnante tornou-se brilhante, limpo, cor de rubi. Mão invisíveis tangeram os sinos. Era 22 de maio de 1457.

“Cuida-te quando fizeres chorar uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado, para ser igual, debaixo do braço, para ser protegida e do lado do coração, para ser AMADA.” Talmud

O fogo dá forma ao ouro, a lapidação modifica o diamante

Desde criança fui irritante e chato. Individualista ao cubo sempre me excluí da sala de aula. Temia socializar-me com as pessoas e ter que dividir com elas meu espaço. Tinha asco as crianças simples e pobres. Se visse um moleque de pés sujos no chão, roupa rasgada, corria para o outro lado da rua. O orgulho tomou conta de minha infância. Quanto pecado. Era o caçula. Minha mãe tinha mais um filho com meu pai, Adair Júnior, já meu pai tinha três filhas e um filho do primeiro casamento. Sempre desprezei meu irmão, Adair Júnior, pelo fato de ser obeso, desprezava-o, sentia-me feliz em humilhá-lo e chamá-lo de “Baleia”, “Free Willy”, “Bojão setenta, cai no chão e não rebenta” e apelidos idem. Meu coração não se comovia ao vê-lo chorar, desprezado, humilhado em um canto. Hoje me arrependo disso, sei que contribuí para a Bulimia da qual sofre, que resultou numa perca de muitos quilos, transformando-o em um belo rapaz, magro.
Sempre critiquei as mães de meus colegas. Orgulhoso de ter uma mão bonita menosprezava-os com a figura da minha. Colocava-a no lugar de uma rainha.
Meu mundo começou a despencar quando nasceu meu irmão João Paulo e perdi o lugar de caçula.
Dois anos mais tarde minha mãe teve um surto psicótico em minha frente, só eu e ela, disse-me coisas incongruentes. No outro dia transtornada saiu gritando pelas ruas, chorando, dizendo estar com câncer. Diagnosticaram sua doença como Transtorno Bipolar. Nos mudamos de Bonfinópolis para Pirenópolis. Sofri muito com a ausência de meus avós maternos, sem os quais não sabia viver. Lá vivi dois anos. Dois anos que mudaram minha vida
Resolveram internar minha mãe em uma clínica de repouso. Fiquei com vergonha de falar as pessoas qual era sua doença. A palavra louca feriu muito meu ouvido nessa época. Com dez anos fiz o papel de babá de meu irmão de dois anos, sendo-lhe pai e mãe. Meu pai, horticultor de nascença, saia cedo e retornava a noite. Por isso não tive uma figura paterna tão presente em minha vida.
Tive que vencer a solidão, o fato de ter uma mão doente, uma família desestruturada. Comecei a apresentar sintomas depressivos. Minhas notas na escola decaíram, tinha constantes crises gástricas, que me fizeram rotineiro conhecido do Hospital Ernestina (não me lembro o resto). Pensava não encontrar mais razão de viver.
Quando minha mãe saiu da clínica ficava entre nossa casa e a casa de uma irmã sua. Quando ela estava em casa eu não ouvia nada além de brigas e maldições.
Fui embora para a casa de minha avó materna, que também sofria com a morte recente de meu avô. Pela primeira vez reprovei de ano. Para superar a baixa autoestima ingressei na Igreja. Ela me salvou, com a graça de Deus. Hoje sem ela nada sou, é essa Igreja triunfante, do Crucificado, que torna-se o sustento de meus pés.
Vejo o sofrimento como algo que nos lapida. Afinal o diamante não pode tornar-se belo sem sofrer percas ou o ouro tornar-se uma aliança, um anel, sem passar pelo fogo. Tive que perder muitas coisas para enxergar a vida de uma forma diferente, para converter-me sinceramente.
Deus quis derrubar-me de meu trono, mostrar-me que ele é o único rei. Agradeço-o hoje e sempre por ter feito isso.
Tive que deixar o orgulho, o egoísmo de lado. Aprendi a ser cristão da maneira mais difícil. E você, será que precisará sofrer uma lapidação severa para aceitar o plano de Deus na sua vida?