quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Santa Rita de Cássia, modelo de paciência

Santa Rita de Cássia é invocada como a santa das causas impossíveis. Admira-me a vida que esta mulher levou. Nascida em 22 de maio de 1385, no povoado de Rocca Porena, na região de Cássia, província da Úmbria, Itália, filha de Antônio Mancini e Amata Serri, um modesto e piedoso casal cristão.
A mãe concebeu-a com 62 anos. Sua vida foi repleta de milagres desde o nascimento. Dizem que um anjo revelou o nome com o qual deveria ser batizada. Os pais como trabalhavam na roça levavam-na consigo. Certo dia colocaram-na num cestinho de vime, depositando-o debaixo de uma árvore foram cumprir o dever que lhes competia. Um enxame de abelhas aproximou-se da criança e depositava mel em seus lábios sem ferroá-la. Um lavrador por ali passado com um grande talho na mão direita, ocasionado por uma foice, ia procurar socorro quando viu o que se passava. Estupefato procurou espantar o enxame com suas próprias mãos, para assim salvar aquele ser indefeso. Então se deu o milagre: sua mão miraculosamente ficou curada. Dizem que as mesmas abelhas acompanharam Santa Rita ao mosteiro de Cássia e lá edificaram moradia.
Aos oito anos Santa Rita consagrou-se a Deus. Decidida a tornar-se freira mortificava-se e derramava-se em comiseração frente ao crucifixo. Porém aos dezesseis anos os pais deram-lhe a notícia de que ansiavam casá-la. De joelhos e com lágrimas nos olhos suplicou que a deixassem tornar-se religiosa. Não conseguiu demovê-los de seu amor natural. Não que não a amassem, o cuidado de pais falaram mais alto. Rita como coração estraçalhado sujeitou-se a vontade paterna. Em uma palavra resume-se o que fez de tão importante: obediência. Quem dera se nossos jovens também fossem obedientes a seus pais como Santa Rita! Quantas mortes não seriam evitadas!
Paulo Fernando marido de Santa Rita é descrito como um homem perverso e feroz. Quanto não sofreu nesses dezoito anos de casada? Santa Rita é o exemplo de uma mulher que sofreu violência doméstica, mas nunca, jamais desistiu de viver. Quanta santidade!
Após muitos anos de orações o marido se converteu, mudando radicalmente de vida, assumiu o papel de marido amável e cristão, porém como havia feito muitos inimigos durante sua vida depravada acabo sendo assassinado. Santa Rita sofreu terrivelmente com a morte do esposo, porém sofreu mais ainda quando percebeu que os filhos João Tiago e Paulo Maria desejavam vingar a morte paterna. De joelhos pediu a Jesus Crucificado que levasse seus filhos se fosse humanamente impossível privá-los daquele crime. Os dois acabaram falecendo.
Sozinha no mundo (entre aspas, pois Deus sempre esteve ao seu lado) decidiu realizar seu grande sonho: ser freira. Procurou o mosteiro de Cássia três vezes e três vezes lhe foi negado o ingresso na casa. Colocou sua confiança em Deus. Certa noite teve uma espécie de visão de Santo Agostinho, São Nicolau de Tolentino e São João Batista chamando-a e acabou acordando dentro do mosteiro, inacessível a quem não tivesse a chave do portão. As irmãs quando a viram ficaram estupefatas e após a narração do fato, consideraram-no um milagre e admitiram-na na casa.
Santa Rita recebeu uma ferida na testa que a acompanhou durante toda a vida. Dizem que recebeu-a após diante do crucifixo adorar Jesus, que deu-lhe um espinho de sua coroa.
A morte de Rita foi acompanhada de muitos milagres. A cela onde ela faleceu, apareceu uma luz de grande esplendor e um perfume especial se fez sentir em todo o mosteiro, e a ferida do espinho, antes de aspecto repugnante tornou-se brilhante, limpo, cor de rubi. Mão invisíveis tangeram os sinos. Era 22 de maio de 1457.

“Cuida-te quando fizeres chorar uma mulher, pois Deus conta as suas lágrimas. A mulher foi feita da costela do homem, não dos pés para ser pisada, nem da cabeça para ser superior, mas sim do lado, para ser igual, debaixo do braço, para ser protegida e do lado do coração, para ser AMADA.” Talmud

O fogo dá forma ao ouro, a lapidação modifica o diamante

Desde criança fui irritante e chato. Individualista ao cubo sempre me excluí da sala de aula. Temia socializar-me com as pessoas e ter que dividir com elas meu espaço. Tinha asco as crianças simples e pobres. Se visse um moleque de pés sujos no chão, roupa rasgada, corria para o outro lado da rua. O orgulho tomou conta de minha infância. Quanto pecado. Era o caçula. Minha mãe tinha mais um filho com meu pai, Adair Júnior, já meu pai tinha três filhas e um filho do primeiro casamento. Sempre desprezei meu irmão, Adair Júnior, pelo fato de ser obeso, desprezava-o, sentia-me feliz em humilhá-lo e chamá-lo de “Baleia”, “Free Willy”, “Bojão setenta, cai no chão e não rebenta” e apelidos idem. Meu coração não se comovia ao vê-lo chorar, desprezado, humilhado em um canto. Hoje me arrependo disso, sei que contribuí para a Bulimia da qual sofre, que resultou numa perca de muitos quilos, transformando-o em um belo rapaz, magro.
Sempre critiquei as mães de meus colegas. Orgulhoso de ter uma mão bonita menosprezava-os com a figura da minha. Colocava-a no lugar de uma rainha.
Meu mundo começou a despencar quando nasceu meu irmão João Paulo e perdi o lugar de caçula.
Dois anos mais tarde minha mãe teve um surto psicótico em minha frente, só eu e ela, disse-me coisas incongruentes. No outro dia transtornada saiu gritando pelas ruas, chorando, dizendo estar com câncer. Diagnosticaram sua doença como Transtorno Bipolar. Nos mudamos de Bonfinópolis para Pirenópolis. Sofri muito com a ausência de meus avós maternos, sem os quais não sabia viver. Lá vivi dois anos. Dois anos que mudaram minha vida
Resolveram internar minha mãe em uma clínica de repouso. Fiquei com vergonha de falar as pessoas qual era sua doença. A palavra louca feriu muito meu ouvido nessa época. Com dez anos fiz o papel de babá de meu irmão de dois anos, sendo-lhe pai e mãe. Meu pai, horticultor de nascença, saia cedo e retornava a noite. Por isso não tive uma figura paterna tão presente em minha vida.
Tive que vencer a solidão, o fato de ter uma mão doente, uma família desestruturada. Comecei a apresentar sintomas depressivos. Minhas notas na escola decaíram, tinha constantes crises gástricas, que me fizeram rotineiro conhecido do Hospital Ernestina (não me lembro o resto). Pensava não encontrar mais razão de viver.
Quando minha mãe saiu da clínica ficava entre nossa casa e a casa de uma irmã sua. Quando ela estava em casa eu não ouvia nada além de brigas e maldições.
Fui embora para a casa de minha avó materna, que também sofria com a morte recente de meu avô. Pela primeira vez reprovei de ano. Para superar a baixa autoestima ingressei na Igreja. Ela me salvou, com a graça de Deus. Hoje sem ela nada sou, é essa Igreja triunfante, do Crucificado, que torna-se o sustento de meus pés.
Vejo o sofrimento como algo que nos lapida. Afinal o diamante não pode tornar-se belo sem sofrer percas ou o ouro tornar-se uma aliança, um anel, sem passar pelo fogo. Tive que perder muitas coisas para enxergar a vida de uma forma diferente, para converter-me sinceramente.
Deus quis derrubar-me de meu trono, mostrar-me que ele é o único rei. Agradeço-o hoje e sempre por ter feito isso.
Tive que deixar o orgulho, o egoísmo de lado. Aprendi a ser cristão da maneira mais difícil. E você, será que precisará sofrer uma lapidação severa para aceitar o plano de Deus na sua vida?

Amor

Fico pensado se os jovens de hoje amam ou desejam e chego a conclusão de que infelizmente são movidos pelo desejo.
O amor parece ser algo em extinção. Um rapaz vê uma moça pela primeira vez e já diz que a ama. Daí diz-lhe umas palavras mal faladas, terríveis, uma podridão gramatical, cheia de gírias e pobre em adjetivos e ela caindo na lábia debruça-se nos seus braços.
As moças têm tratados seus corpos como mercadorias a serem oferecidas a qualquer um. A luxúria transpira pelos poros da juventude. Fico chocado com a mesquinhez com a qual o corpo é tratado. Terrível e adjetivos idem.
Para mim amor passa longe, bem longe de sexo. Fazer sexo não é sinal de prova de amor. Amor é quando você gosta de conversar com uma pessoa, acha maravilhoso seu sorriso, para para ouvi-la  e ver o quanto é sensata e inteligente, sem pensar como ela será estando nua. Amar é saber enxergar no exterior humano coisas maravilhosas.
Namoro para mim é na moda antiga.
Hoje em dia o rapaz pede uma prova de amor e a moça cede, se esquecendo do sexto mandamento que diz “não pecar contra a castidade”. Depois acaba conhecendo a temível ilusão.
O superficialismo tomou conta do planeta.
Poucos amam e muitos desejam...